Executivos de indústrias automobilística, de óleo e gás, metalmecânica, aeroespacial e entidades de classe estiveram com diretores da companhia para discutir os impactos da indústria 4.0 nos rumos do parque industrial brasileiro
*Por Sandvik Coromant no Brasil | Fotos: Renato Pizzutto
Eficiência na usinagem é um tema permanente. A questão crucial é como as companhias podem alcançar melhor produtividade, já que o desenvolvimento de novas tecnologias traz mudanças sem volta – principalmente na hora de combater gastos desnecessários.
“Quando olhamos para a área de usinagem de uma indústria, nos deparamos com muitos desperdícios – disse Jeff Rizzie, diretor de Usinagem Digital para as Américas da Sandvik Coromant. O executivo participou de encontro, organizado pela empresa, na sede do SINFER/ABFA, em São Paulo, no último dia 27 – um dos problemas é que ainda armazenamos conhecimento de uma forma muito antiga: ainda temos que lembrar como fizemos algo pela última vez olhando em cadernos!”
Então, como navegar por entre toda essa informação de forma mais prática, e transformar isso em procedimentos e produtos melhores? A resposta está na tecnologia digital. “Precisamos ser mais eficientes: atualmente, durante 60% do tempo, as máquinas de usinagem estão fazendo algo que não é a criação de um bom produto”.
A empresa reuniu cerca de 20 empresários e representantes de associações baseadas no Brasil para mostrar novas soluções que estão transformando o mercado de bens de capital e a indústria metalmecânica, óleo e gás, automotiva, aeroespacial, entre outras. O evento “Digitalização na Indústria – soluções que lideram e conectam”, capitaneado pelo presidente da Sandvik Coromant Brasil – Claudio Camacho – também recebeu Sean Holt, presidente da companhia para as Américas e Horacio Aragonés Forjaz (Relações Institucionais da FAPESP). “A ideia não é fazer uma apresentação sobre indústria 4.0, mas reunir pessoas de destaque que têm o mesmo objetivo: trazer essa usinagem digital para o nosso dia a dia. É a oportunidade de criar um grupo de discussão”, comentou Camacho.
“O fato é que a maneira como gerenciamos nossas máquinas no chão de fábrica precisa mudar – prossegue mas muitos profissionais, engenheiros e outros, não percebem isso. Muitas vezes pensamos que estamos operando com 70% de eficiência, quando na verdade a média do seu processo fabril é de 40%”.
Para o jornalista Renato Cruz, especializado em tecnologia e presente no evento, “a indústria 4.0 engloba aspectos de uma empresa por inteiro, é uma mudança cultural, e não só de tecnologia”. Ele mostrou números da consultoria McKinsey que apontam que 50% das atividades performadas por seres humanos hoje podem ser feitas por robôs. “Vamos ter que aprender a trabalhar com eles – sejam os robôs físicos, máquinas ou softwares inteligentes”. Por outro lado, apenas 5% das profissões podem ser totalmente desempenhadas por máquinas.
Nesse contexto, cada vez mais é necessário que os engenheiros e outros profissionais ligados a essa indústria desenvolvam as chamadas soft skills – ou seja, habilidades interpessoais – ponto que foi levantado por um dos convidados, o presidente da Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha (VDI) Mauricio Muramoto. Na prática, para lidarmos com máquinas cada vez mais capazes de aprender e tomar decisões, os profissionais devem agir de maneira mais humana, afinando a sintonia com os outros colaboradores. Mas como chegar nesse cenário aparentemente ideal?
O gerente de Relações Institucionais da FAPESP Horácio Forjaz traçou um panorama mundial dos planos econômicos que privilegiam a implantação da digitalização industrial e a importância do investimento em P&D como política pública. “A indústria 4.0 é um plano de origem alemã envolvendo setores público e privado com o objetivo de manter a competitividade da indústria, gerar emprego e preservar qualidade de vida desse país que envelhece. Não é um fenômeno isolado, existem planos equivalentes, como o Made in China, que investe 2,3% do PIB daquele país de maneira coordenada. Já os Estados Unidos têm como objetivo manter a liderança em pesquisa e desenvolvimento. De 2017 para este ano, eles aumentaram em 12% o dispêndio público em pesquisa e desenvolvimento. O Japão, 13%”, enumerou. De acordo com Forjaz, no Brasil a realidade é um pouco distante. “Não conseguimos chegar a 1,7% do PIB em investimentos de P&D, e esse montante vem declinando”.
Por isso, uma das tônicas da Sandvik Coromant durante o encontro foi também a necessidade de mais agilidade. “Estamos investindo em novas instalações para dar força a essa nossa mensagem digital. Concordo com Jeff quando ele comenta que precisamos pensar grande, mas começar pequeno, e fazer as coisas rapidamente. Mas para o Brasil não é necessário mover-se rápido, mas mover-se agora”, concluiu Sean Holt.
Para auxiliar indústrias na implantação de uma usinagem mais eficiente e com possibilidade de ampla monitoração remota, a Sandvik Coromant possui a plataforma CoroPlus®, que oferece possibilidades inéditas de conectividade, que é a essência do ideal de indústria 4.0. Combinando software e hardware com ferramentas integradas, a tecnologia não apenas confere maior produtividade às operações de usinagem, como também auxilia a reduzir desperdícios de tempo e recursos em todas as etapas da produção.