06.02.2018
Segundo MDIC, apenas uma importadora de supercarros não alcançou o objetivo
As fabricantes de veículos instaladas no Brasil podem respirar aliviadas: todas foram aprovadas no programa de eficiência energética do Inovar-Auto. O regime automotivo, que começou em 2013 e terminou em 2017, impunha metas de redução no consumo de combustível para os carros vendidos no Brasil pelas empresas inscritas no programa. O MDIC, Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, responsável por auditar os resultados, confirmou a Automotive Business que todas as montadoras atingiram os objetivos.
Segundo a pasta, apenas uma importadora de carros de alta performance não se qualificou. O MDIC prefere não divulgar o nome da empresa reprovada, já que ainda cabe recurso à decisão. Assim, a companhia que vende supercarros pode reverter a decisão. Caso isso não aconteça, terá de pagar multas por descumprir as regras do Inovar-Auto: o valor é cobrado por carro vendido com emissões excedentes e varia ainda de acordo com o quanto o veículo consome a mais do que o permitido.
10 EMPRESAS CONQUISTARAM INCENTIVO ADICIONAL
Pelo Inovar-Auto, cada empresa tinha de reduzir em pelo menos 12% o consumo de combustível da frota de veículos emplacada no Brasil (comparando o resultado de 2017 com o de 2011). Este índice garantia às companhias a isenção das multas. Caso aprimorassem ainda mais a eficiência, em 15,4%, as montadoras passariam a receber desconto de 1 ponto porcentual no IPI. Oito empresas conseguiram isso: Honda, Mercedes-Benz, Grupo PSA (Peugeot e Citroën), Renault, Toyota, Volkswagen, Nissan e Audi – as duas últimas, inclusive, apresentaram os resultados de eficiência energética ao governo ainda em 2016 e assim já usufruíram do benefício desde o começo do ano passado.
O Inovar-Auto contava ainda com uma meta mais desafiadora, de melhoria da eficiência energética em 18,8%. Apenas duas empresas atingiram esse patamar: Ford e General Motors (Chevrolet). Com o resultado, as companhias passam a ter direito a desfrutar de desconto de dois pontos porcentuais na alíquota do IPI, desde que confirmem anualmente que as emissões e o consumo dos carros vendidos permanecem dentro deste patamar.
NENHUMA REPROVAÇÃO
Entre fabricantes e importadoras, mais de 40 empresas se inscreveram no Inovar-Auto. O MDIC assegura que “todas as habilitadas ao programa e que comercializam veículos leves atingiram a meta mínima obrigatória de eficiência energética, à exceção de um importador de veículos de alta performance”. O resultado acontece mesmo após medições preliminares realizadas pela Bright Consulting indicarem que algumas empresas estariam distantes de cumprir a exigência do regime automotivo (leia aqui). Segundo o ministério, os dados finais das medições de eficiência energética do programa serão revisados e publicados nos próximos meses.
Quando as metas de eficiência energética foram definidas para o Inovar-Auto, antes de o regime entrar em vigor, uma série de montadoras classificou a exigência de redução do consumo e emissões como ousada demais. O resultado é que, como um todo, a frota de veículos vendida no Brasil melhorou em 15,9% o consumo, performance superior ao mínimo imposto pelo programa. Até mesmo fabricantes que investiram apenas em melhorias sutis, sem renovar a família brasileira de motores, como a General Motors, entregaram bons resultados – um indicativo de que há espaço para exigências mais severas de redução do consumo e das emissões de poluentes dos carros.
É exatamente este o plano para o Rota 2030, conjunto de regras para a indústria automotiva que está em negociação no governo (por enquanto, sem avanços). Segundo a AEA, Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, o novo programa pretende impor, mais uma vez, melhoria mínima de 12% na eficiência energética para os próximos anos (leia aqui). Ainda que a meta seja equivalente à estipulada pelo Inovar-Auto, cumprir o novo programa será mais desafiador, lembra Edson Orikassa, presidente da entidade. “Algumas montadoras conseguiram atender ao Inovar-Auto apenas com a inclusão de pneus verdes e outras tecnologias mais simples em carros de alto volume de vendas. Agora será preciso avançar mais”, observa.
Fonte: AB Inteligência – produto do portal Automotive Business